Como a Fisioterapia pode ajudar na Doença de Alzheimer?

Esse mês abordaremos sobre alguns aspectos relevantes sobre a atuação da Fisioterapia em indivíduos diagnosticados com Doença de Alzheimer, não à toa, pois o dia 21 de setembro foi instituído como o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Alzheimer. 

Atualmente, no Brasil, temos mais de 1,2 milhão de pessoas que convivem com algum tipo de demência e cerca de 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

A Doença de Alzheimer é a forma mais comum dos transtornos cognitivos maiores, termo que substituiu a palavra demência, de acordo com o DSM – V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – V), é uma doença progressiva e até o momento sem possibilidade de cura. Afeta especialmente indivíduos acima de 65 anos, com baixo grau de escolaridade, e caracteriza-se principalmente por comprometimento na memória, linguagem e percepção de mundo (dificuldade tempo-espacial). A médio e longo prazo desencadeia prejuízos em atividades como vestir-se, alimentar-se, realizar higiene pessoal e movimentar-se.

Até o momento, o tratamento da Doença de Alzheimer é dividido em: farmacológico e não-farmacológico. No farmacológico, são indicados medicamentos que reponham substâncias cerebrais que aparecem diminuídas, como a Acetilcolina (hormônio que atua como mensageiro de células nervosas, além de sua função de memória, aprendizagem e neuroplasticidade), por exemplo. Embora seja uma doença sem cura e progressiva, o que apontam os estudos é que não só o as medicações conseguem “dar conta” sozinhas em minimizar o avanço da doença, é necessário outros manejos, nesse sentido, o manejo não farmacológico, por meio das terapias, complementa e muito o plano de tratamento. 

O acompanhamento fisioterapêutico, se indicado na fase inicial da doença de Alzheimer, pode corroborar para a melhora da qualidade de vida tanto do paciente quanto de seus familiares / cuidadores, pois visa a preservação da funcionalidade (evolução dos efeitos da doença / perdas cognitivas). 

A Fisioterapia oferece benefícios neurológicos e melhora na coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Contribui para o ganho de independência, favorece a percepção sensorial, além de retardar o declínio funcional nas atividades de vida diária. Alguns estudos mostram que atividades regulares estão associadas a progressão mais lenta da Doença de Alzheimer. Além de alongamentos, são indicados exercícios para fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos moderados, sob orientação e com acompanhamento dirigido.

Estudos mostram que pacientes mais ativos tendem a usar o cérebro de maneira mais ampla, tornando o indivíduo mais seguro e confiante em atividades de vida diária.

O Fisioterapeuta é o profissional responsável por promover a saúde respiratória desse paciente, mantendo as vias aéreas limpas e funcionais, por meio de exercícios ativos e passivos, a fim de prevenir a instalação de infecções como as pneumonias, por exemplo. 

Já nos casos mais avançados ou em que o paciente apresenta-se acamado, o Fisioterapeuta irá atuar com mobilizações articulares e exercícios passivos, prevenindo contraturas musculares e aliviando as dores que possam existir, além de atuar também com a educação de familiares e cuidadores, por exemplo, orientando as melhores formas de posicionar o paciente no leito e como realizar trocas posturais.

Ressaltamos que por ser uma doença progressiva e se cura, até o momento, a Fisioterapia possui um importante papel na manutenção da qualidade de vida do paciente e cuidador / familiar, da fase inicial até a mais avançada. 

Por fim, o plano de cuidados é elaborado a partir de uma avaliação minuciosa, e correspondente à necessidade de cada paciente, pois entendemos que embora o diagnóstico (Doença de Alzheimer) seja o mesmo, a maneira como irá se desenvolver é singular, e portanto, necessita de um acompanhamento específico. 


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